terça-feira, 2 de abril de 2013

Capitulo 8 – O primeiro Incêndio


Enquanto se instalavam nos seus novos quartos, Harry, Bella, Stella e Patrycia sentiram-se como se estivessem em casa. Aquele apartamento era exatamente o oposto da ultima casa que tinham experimentado. As divisões eram bastante iluminadas com paredes pintadas de cores vivas, sem esquecer as suas decorações que fascinavam os olhos de qualquer pessoa que lá entrasse. Os seus quartos estavam no último andar do apartamento, e nos restantes pisos apenas morava um homem e uma mulher, casados, sem filhos e muito misteriosos. Enquanto transportavam as malas para os seus quartos, Harry cruzou-se com esse casal. Como não podia esquecer os seus atos de simpatia, decidiu cumprimentar-lhes e desejar-lhes um bom dia. Mas a reação deles foi nula. Continuaram a caminhar em frente como se não tivessem visto ninguém. Voltou depois para junto de Bella.
- Parece que os nossos vizinhos são arrogantes... - disse Harry sem papas na língua. – Nem sequer com os nossos únicos vizinhos temos sorte.
- Deixa lá, devem estar a ter um mau dia. - disse Bella rindo-se.
- Num sítio como este não deve haver ninguém que tenha dias bons... - interferiu Stella.
- Só estamos aqui por causa do que o Hugo nos disse, quando resolvermos isto vamos para casa. - disse Harry.
- E qual é o teu plano? Vamos andar à procura do assassino pela vila toda?
- A vila não é grande, se o assassino estiver cá não deve ser difícil encontra-lo. - concluiu Harry.
- Se calhar ele nem existe! – criticou Stella.
- Como podes dizer isso? – levantou a voz - Se já não acreditas no Hugo não estás aqui a fazer nada, podes ir junto com os meus pais.
- O quê? Estás-me a mandar embora?
Harry virou-lhe as costas e saiu do quarto caminhando furiosamente até à porta.
Stella correu atrás dele.
- Onde pensas que vais? Pára! Não me podes fazer isto!
- Se não acreditas no meu irmão, não acreditas em mim. – disse pegando numa mochila e saindo do apartamento.
Stella elevou as suas mãos à cabeça sem querer acreditar no que tinha acontecido e deslocou-se novamente para o quarto, onde estava Bella à tua espera.
- Calma… Não fiques assim. – acalmou Bella.
- Como queres que fique? Ele acabou comigo!
- Não dês importância, de certeza que ele vai mudar de ideias…
- Ele nunca me falou assim, Bella. Só estava a tentar fazer-lhe parar com esta obceção de encontrar o assassino, é muito perigoso. Será que ele não percebe isso?
- Tenta compreende-lo, ele ainda está muito abalado com o que aconteceu ao Hugo. Não te esqueças que ele o viu a morrer. Ouviu os berros dele. Viu-o a sufocar e a implorar por ajuda.
- Deve ter sido horrível…
- … e traumático. Ele agora precisa de tempo. Vá, levanta-te para irmos buscar a Patrycia e depois vamos procura-lo.
Harry estava cego de raiva. Arrependera-se do que fizera a Stella mas ao mesmo tempo não a conseguia perdoar por duvidar dele. Esta obcecado em cumprir o que o seu irmão pediu e não pensava em mais nada.
Caminhava numa direção sem destino quando a escuridão da noite preencheu as ruas de Breakness. Retirou da sua mochila uma lanterna e uma sande que Angelina tinha deixado antes de se ir embora, e sentou-se na ponta de um pequeno muro. Enquanto desfrutava a sua sanduíche, um estrondo se sobrepôs ao resto dos ruídos da noite, fazendo-o levantar-se de rompante.
Caminhou em frente e olhou à sua volta. Uma sinistra luz no fundo da rua se avistou fazendo a sua pulsação acelerar. Foi-se aproximando dessa luz, e à medida que o fazia a luz ia ficando cada vez mais fraca. Continuou e nenhum sinal de movimento o chamou à atenção.
De repente algo o assusta.
Era o telemóvel a tocar. Apressou-se a procura-lo pela mochila para o desligar imediatamente. Se o assassino estivesse alí, iria descobri-lo pelo barulho do telemóvel. Mas ele não parecia em lado nenhum.
Atrapalhado olhou à sua volta. O som parecia vir da sua mochila mas, ao mesmo tempo, de muito longe. Então lembrou-se do muro em que se tinha sentado, e quando olhou para trás, lá estava ele. Correu até ao muro e pegou violentamente no telemóvel. Era Stella. Estava preocupada, pois não sabia onde ele estava, e precisava de falar com ele sobre a discussão que tiveram.
Desligou o telefone e escondeu-se. A sua respiração estava assustadoramente acelerada, e pela sua camisa escorriam gotas de suor. Espreitou por entre as árvores e avistou a pequena luz que ainda brilhava. Caminhou em direção a ela e enquanto se aproximava sentia um calor a abraça-lo. Quando lá chegou, a luz apagou-se. Apontou para o chão com a lanterna e todo ele estava preenchido de brasas. Toda aquela área estava queimada. Alguém tinha acabado de fazer um incêndio. E o estrondo que tinha ouvido sería talvez uma explosão. «Terei assistido a um incêndio feito por ele?», pensou para sí.


Espero mais uma vez que tenham gostado, beijinhos :*